Por Rejane Lima
Para aqueles que tem como lema o Servir nem a pandemia impede de colocar as mãos (devidamente higienizadas) a obra. Esse é o caso do pioneiro Guilherme Ramos, do Grupo Escoteiro do Ar São Vicente 234°/SP que desde setembro de 2020 vem desenvolvendo o projeto de uma horta no Lar de Amparo Vovó Walquíria, no bairro Náutica 3, em São Vicente. Com o projeto, o jovem busca conquistar o reconhecimento Escoteiros do Mundo, o único destinado a jovens pela Organização Mundial do Movimento Escoteiro (OMME).
“Eu queria fazer algo para ajudar a comunidade e como as atividades comunitárias foram liberadas para os maiores de 18 anos ano passado, achei o caso da horta uma boa opção na pandemia, também por ser ao ar livre e conseguirmos manter o distanciamento. Minha mestra conhecia essa casa e sabia que eles tinham um terreno, fui lá, sugeri, e a proprietária adorou”,
disse Guilherme, que dado o tamanho do projeto resolveu utilizá-lo para tentar o reconhecimento internacional. “O Escoteiros do Mundo exige 80 horas de trabalho voluntário e como vi que o projeto da horta seria extenso, resolvi aproveitá-lo para isso”, diz o jovem, que nessa missão contou com a ajuda do seu próprio clã (PoseYdon) e do ramo pioneiro do 13º Distrito Escoteiro Costa da Mata Atlântica, no caso o Clã Scorpius, do 13º Grupo Escoteiro do Mar Almirante Barroso, de Santos.
Com 27 anos de existência, o Lar de Amparo Vovó Walquíria acolhe hoje 23 idosos, muitos deles ex-moradores de rua e pessoas sem família que contribuem apenas com o benefício do INSS, outros pagam um ou no máximo dois salários mínimos. Dessa forma, apesar de privada, a instituição depende de doações para sobreviver. “Ficamos muito felizes quando o Guilherme veio aqui com essa ideia porque vai ajudar muito a gente. O que mais precisamos hoje é justamente da mistura das refeições e de hortaliças”, conta a Presidente da Instituição, Iva Cristina M. A. Monteiro, de 38 anos, neta da Walquíria que deu nome à casa.
Segundo Iva, já houve outras hortas no local, mas com o tempo, morreram. “Por isso que além de plantar a gente quer continuar monitorando e ensiná-los a cuidar para que seja algo sustentável”, conta o pioneiro, que para o projeto conseguiu doações de sementes e mudas, gastou do seu bolso e conseguiu adubo de compostagem da Prefeitura Municipal de São Vicente.
Ao longo dos últimos meses, os pioneiros nivelaram o terreno, carpiram a área, retiraram lixo, pintaram o muro e reutilizaram pneus para canteiros elevados. “Plantamos alface, couve, tomate, beterraba, mostarda, cenoura, chuchu, melão, batata doce, manjericão, pimentão, hortelã, quiabo, abóbora, berinjela, manjericão, erva doce, coentro, salsinha, cebolinha e alecrim, logo vamos colher as primeiras verduras”, comemora Guilherme.