Por Natália Freitas
Passagem de ramo: como fazer?
As passagens de ramo – ou seja, as transições entre faixas etárias – costumam ser pontos sensíveis na trajetória de um escoteiro. Ao mesmo tempo em que são sinal de evolução progressiva ao longo do tempo, às vezes também são um momento em que muitos jovens deixam o Movimento Escoteiro.
Isso pode acontecer por diversos motivos, como medo do desconhecido ou por interesses diferentes daquilo que é trabalhado na próxima fase; mas também pode ocorrer de os jovens se sentirem pouco acolhidos ou não integrados aos amigos no novo ramo.
Uma cerimônia de passagem bem aplicada, assim como o processo que a antecede, podem ser a resposta para contornar essas situações. Você já teve dificuldades com a passagem de ramo? Veja dicas abaixo que poderão te ajudar!
Mas antes disso, o que são as cerimônias de passagem?
A passagem de ramo é o momento de transição entre as idades limites dos ramos. Por exemplo: um lobinho começa se preparar para seu ingresso no Ramo Escoteiro geralmente alguns meses antes da passagem, cerimônia que deve acontecer até seus 11 anos. Via de regra, é assim que funciona. Mas um bom escotista precisa ir além dessa definição básica e entender, de fato, o que a passagem significa na vida de um jovem.
Imagine um jovem deixando seu ambiente conhecido – os amigos que o acompanham, o escotista que o conhece, as atividades que ele já domina – para chegar em uma seção em que todos são mais velhos, provavelmente maiores, e os desafios são completamente novos.
É natural que parte dos jovens reaja de forma resistente a essa mudança. No entanto os escotistas, tanto do ramo do qual o jovem parte quando do ramo em que o jovem chega, devem tornar esse momento o mais tranquilo possível.
“O bom observador logo notará que existem muitas indefinições na cabeça dos jovens que se despedem de suas seções, e essas incertezas devem ser transformadas em algo positivo, por isso essa cerimônia tem como objetivo não apenas simbolizar uma transição, mas também receber o jovem de uma forma atraente, motivadora e com uma pitada de desafio”.
Manual de Cerimônias Escoteiras (2019, 2ª edição, pág 22)
Agora que já definimos bem o que a passagem representa, vamos ver abaixo o passo a passo desse processo:
1º passo: prepare o jovem
Vá conversando com ele sobre o ciclo dele estar se renovando dentro do Escotismo, apresente-o ao escotista do próximo ramo e proporcione que ele realize algumas atividades com a sua futura seção antes da passagem. Outra ideia é fazer atividades conjuntas entre todos os ramos para favorecer a integração contínua.
2º passo: planeje a passagem
Os escotistas das duas seções deverão preparar em conjunto a data e o momento da passagem, cuidando para que a atividade do novo ramo do jovem seja estimulante no dia escolhido.
3º passo: realize a passagem corretamente
Deve haver contato visual entre as duas seções no dia da passagem. Depois de se despedir de sua seção, o jovem em transição passará por um obstáculo simbólico que represente evolução e crescimento, acompanhado por um diretor da unidade escoteira local. Na chegada, ele deve ser bem recebido por seus novos companheiros e escotistas.
As particularidades das passagens de cada ramo podem ser verificadas no Manual de Cerimônias Escoteiras, disponível no sistema Meu Paxtu, no link Literaturas do menu.
Cuidados importantes!
- Trotes, batismos, castigos físicos ou quaisquer brincadeiras vexatórias são proibidos. A ideia da passagem é acolher e não assustar.
- Evite comparações e competições entre os ramos; atitudes como essas podem dificultar a adaptação e prejudicar as passagens de forma geral.
Estamos em pandemia com a maior parte das atividades ocorrendo de forma online. E agora, dá para fazer passagem?
Sim! Para ver dicas específicas para o período de pandemia, confira o texto Cerimônias de passagem em tempos de distanciamento social.