Na madrugada do dia 1º de maio, terça-feira, o incêndio e posterior desabamento de um prédio no Largo Paissandu (centro de São Paulo) chamou atenção em todo o país, deixando 171 famílias desabrigadas. Em conjunto com a Cruz Vermelha, os Escoteiros do Brasil – Região de São Paulo, a serviço da sociedade, têm prestado apoio às vítimas desde então.
Triagem de doações para as vítimas do desabamento
Logo no dia 3 de maio, às 23h, 18 voluntários escoteiros se reuniram na sede da Cruz Vermelha e, em mutirão, ajudaram a descarregar dois caminhões de donativos alimentícios. Em seguida, a tarefa foi realizar a triagem correta e o armazenamento dos alimentos. Junto a bombeiros civis e voluntários da própria Cruz Vermelha, todos trabalharam até por volta de 1h da manhã.
A triagem de doações é um ponto crucial na resposta a desastres. Por comoverem a sociedade, esses eventos costumam despertar a solidariedade de muitas pessoas que decidem ajudar por meio de donativos. No entanto, o recebimento e distribuição dos mesmos ficam prejudicados sem a organização e o espaço necessários.
A participação dos escoteiros nessa ação tão importante se deu por meio da liderança de Adolfo Mauro, coordenador regional de Ações Humanitárias.
Restauração da dignidade humana
Além das perdas estruturais e materiais, quem passa por situações graves como essa sente também os reflexos psicológicos. Em recentes aprendizados e aproximações com a Defesa Civil de São Paulo, os escoteiros entenderam que podem contribuir de outra forma, menos comum, mas também essencial: oferecendo atenção e apoio às vítimas.
Por conta disso, nos dias 5 e 12 de maio (dois sábados), jovens pioneiros e escotistas têm realizado atividades recreativas e educativas com as crianças que estão no abrigo montado para receber as famílias que perderam suas casas. Cerca de seis voluntários aplicam as atividades a cada semana. O abrigo funciona no Espaço Sociocultural CISARTE, no Viaduto Pedroso.
Os escoteiros realizam atividades de pintura, desenho, contação e leitura de histórias infantis, jogos de tabuleiro e alguns jogos escoteiros adaptados de acordo com o espaço. Mais de 50 crianças e adolescentes entre 5 e 26 anos já participaram nos dois fins de semana em que ocorreu. Foi possível comprar materiais como lápis de cor, giz de cera, massinha e folhas de papel com o dinheiro arrecadado via plataforma Doe.
“Vários adultos se aproximaram, perguntaram o que era Movimento Escoteiro, mas principalmente agradeceram porque a gente estava ali, dando atenção para os filhos deles” disse Raphael de Taranto, pioneiro do Grupo Escoteiro São Paulo 001/SP que tem contribuído na convocação de voluntários. Segundo Aldolfo Mauro, ficou acordado com a prefeitura de São Paulo que as atividades ocorrerão todos os sábados do mês de maio, no período da manhã.