Por Márcia Thais Garcia Gomes e Mariana De Marchi Oliveira
Como envolver os pais nas atividades da Alcateia durante o distanciamento social?
O melhor de ser criança é poder se divertir com brincadeiras e entre amigos e o Escotismo é o lugar ideal para isso. Mas nunca esperamos passar por um momento como este, em que o mundo parou e tivemos que nos adequar a estas mudanças. Trabalho em casa, brincadeiras que não podem ser feitas lá fora, nem pensar em passear ou viajar… Enfim, nunca imaginamos ter que nos preocupar em ficarmos protegidos de um vírus que causa fatalidades e perdas em inúmeras famílias em todo o mundo. Mudamos nossa rotina: agora acordamos sem nos prepararmos para ir ao trabalho, escola e muito menos para a atividade escoteira, tão esperada pelas crianças.
É importante que nós, escotistas, tenhamos sempre em mente que a rotina de todas as famílias foi afetada. A ida à escola mudou, o cotidiano de trabalho dos pais já não é o mesmo e a dinâmica das tarefas de casa também teve que ser readaptada. Nesse cenário, o Movimento Escoteiro acabou perdendo um dos seus diferenciais mais importantes: a vida ao ar livre e o contato com a natureza. Vale lembrarmos que essa perda não diz respeito apenas ao dia a dia dos jovens na atividade ou no acampamento, mas também afeta outros aspectos de sua vida. O distanciamento social pode afetar a saúde mental de adultos, jovens e crianças, o que impacta diretamente em como devemos abordar cada uma dessas pessoas durante nossa atual “rotina” escoteira.
Participação dos Responsáveis
Os pais precisam receber informações de maneira clara para entender o processo de desenvolvimento de Movimento Escoteiro, bem como seus direitos e deveres como pais. Neste período ele é o representante da alcateia dentro de casa. Combinar um canal de comunicação com os pais (e-mail, telefone, whatsapp, etc.) auxilia no vínculo e no desenvolvimento das atividades – tem várias dicas no manual Como falar com os pais disponível no Meu Paxtu.
Muito mais do que propor atividades para serem desenvolvidas, é importante que os escotistas estejam atentos às necessidades das famílias. Mais do que nunca, os pais e responsáveis são as pessoas mais próximas às crianças e, portanto, uma fonte essencial de informações sobre as reais necessidades de cada um deles.
O Campo Escola Virtual possui um curso super interessante sobre o tema. Dá para fazer online e quando quiser.
Mas, então, como podemos envolver a família?
Você, escotista, já se perguntou se, de alguma maneira, a atividade escoteira pode ser útil aos problemas que os pais estão enfrentando em casa nessa nova rotina? Esse é um questionamento muito importante que às vezes nos esquecemos de levar em conta. Neste momento, é preciso entender como as atividades escoteiras podem ser relevantes para toda a família, não apenas para o jovem. Esse assunto poderia ser discutido em um conselho de pais, que aliás, precisam continuar acontecendo (Meet, Zoom, Skype, etc).
Veja a importância do conselho no Escotistas em Ação – Ramo Lobinho (pg. 100).
Além disso, é importante que estejamos sempre dispostos a compartilhar ideias e construir estratégias coletivamente.
Busque e ofereça ajuda!
Como as realidades variam muito em cada localidade, é fundamental que se fortaleçam, nas Unidades Escoteiras Locais e distritos, as comunidades de aprendizagem auto-dirigidas, previstas em nossa Política Nacional de Adultos no Movimento Escoteiro. Eles são momentos muito importantes de troca de vivências e crescimento coletivo, que mais do que nunca se fazem necessários.
Vale lembrar também que não existe uma “receita de bolo” para engajar as famílias nesse momento: cada UEL ou Seção terá uma fórmula própria e adequada à sua realidade. Esperamos que os pontos apontados neste artigo possam ajudar escotistas e dirigentes a descobrirem esse caminho.
