Por Ingrid Janaina da Silva Foresto e Caio Ferreira Bernardo
Os eventos on-line são uma ótima oportunidade de interação para trabalhar o lado afetivo dos jovens, não é mesmo? Apesar de muito diferentes do que estamos acostumados, a segurança nas atividades não pode deixar de existir mesmo em eventos on-line. Embora se torne obsoleto a checagem da ficha de saúde ou até mesmo a preocupação com a alimentação, precisamos, enquanto adultos, nos preocupar com a segurança digital dos jovens.
Cyberbullying, também chamado de assédio digital, é a violência praticada contra alguém através da internet ou de outras tecnologias relacionadas ao mundo virtual. Sendo a ação com o objetivo de agredir, perseguir, ridicularizar e/ou assediar, geralmente envolve o uso de linguagem depreciativa, intimidadora ou ameaçadora. Conhecendo um pouco mais sobre o assunto, podemos proteger os nossos associados.
É Importante lembrar que o cyberbullying pode acontecer em qualquer canto da internet, mas ele é mais comum em plataformas de mídias sociais, como o Facebook, o Instagram, o Twitter, o Snapchat, e o TikTok. Porém ele também acontecer nas plataformas que utilizamos para realização de nossas atividades Escoteiras. Esse tipo de ataque também inclui a publicação de fotos ou vídeos humilhantes em sites públicos como o Facebook ou o YouTube sem consentimento da vítima. Perfis ou sites falsos feitos com o objetivo de expor alguém ou invadir sua privacidade também são considerados cyberbullying.
O bullying virtual tem origem no mesmo lugar sombrio e assustador do bullying da vida real, que é melhor discutido em uma cartilha específica do assunto. Ele é feito por pessoas que desejam exercer alguma forma de poder e elevar seu status social por meio da humilhação de outras pessoas, especialmente as consideradas mais fracas ou possivelmente ameaçadoras pelos agressores. Muitos dos agressores dizem ou postam coisas que nunca teriam a coragem de dizer na frente da vítima.
O cyberbullying não ataca somente crianças, os adultos também estão sujeitos a isso. A melhor maneira de prevenir estes acontecimentos durante um evento online é a orientação aos jovens.
Orientações que podem ajudar evitar o cyberbullying em eventos escoteiros:
- Durante as atividades não permita palavras que demonstrem algum tipo de ódio, ou que deixe algum participante desconfortável. Enquanto organizador do evento, lembre-se de deixar claro que em todas as atividades que estas atitudes não serão toleradas;
- Estabeleça um canal de escuta claro, de fácil acesso e com pessoas capacitadas para auxiliar o jovem no momento de dificuldade;
- Os jovens devem ser orientados a não enviar fotos e vídeos pessoais a desconhecidos na internet;
- Oriente os jovens a não abrirem links suspeitos;
- Caso o jovem se perceba em alguma situação desconfortável, oriente ele a conversar com algum dos Escotistas da atividade;
- Acompanhe seu jovem na plataforma durante toda atividade, ouça os áudios, leia os comentários, esteja no mesmo ambiente virtual que ele;
- Em toda atividade, mesmo as virtuais, sempre dois adultos devem estar presentes na interação com os jovens.
Estabeleça com seus jovens um ambiente virtual seguro:
escutar, acolher, ter empatia, mostrar confiança, compartilhar (não julgar) e pedir ajuda quando necessário.
Para demonstrar acolhimento, podemos estabelecer combinados de empatia e não julgamento para promover conexão e apoio; incentivar o uso de câmera para aumentar o senso de pertencimento; perguntar ao jovem como ele gostaria de ser chamado e chamá-lo por este pelo nome, propor perguntas direcionadas a cada jovem e sugerir que usem microfone para a interação. Além disso, estabelecer rotinas que proporcionem espaços de troca com eles durante as atividades pode ser algo interessante.
Por fim, a nossa instituição vem se preparando e disponibiliza materiais para dar apoio ao adulto neste caminho de respeito e inclusão. Deixamos aqui duas indicações que podem ser de grande ajuda: a primeira é sobre os materiais da WOSM (Organização Mundial do Movimento Escoteiro), especialmente o Safe From Harm (ainda não disponível em português), lá é possível encontrar algumas dicas de direcionamento para algumas situações; a segunda é a Política de Proteção Infanto-Juvenil dos Escoteiros do Brasil, que implementa o Safe From Harm em nosso país, contando com um curso em EAD no campo escola virtual que apresenta um módulo sobre bullying, além de um site dedicado ao assunto com alguns documentos bem interessantes e que destacamos o documento Bullying, o que todos devem saber no grupo escoteiro.
Esperamos que todas as atividades escoteiras sejam regadas de respeito, compreensão e afeto, e que essas dicas, junto com outros materiais e fontes de suporte, possam auxiliar para que nossos jovens se beneficiem de um ambiente saudável para se desenvolverem!