Comunicação Acessível nas redes sociais

No canto superior esquerdo da foto o texto: Comunicação acessível nas redes sociais. Em destaque, um notebook aberto e ligado, na tela, a página inicial do perfil dos Escoteiros do Brasil São Paulo no Facebook. No canto inferior esquerdo o logo dos Escoteiros do Brasil São Paulo.

Por Allyne Pires

Você tem percebido que as pessoas nas lives da nossa Região têm feito sua autodescrição? Se você enxerga, provavelmente, achou a atitude estranha e até redundante, mas tente imaginar como seria se tivesse alguma deficiência visual ou fosse cego. Sim, essa é uma das atitudes que podem ser tomadas para que as pessoas com deficiência tenham uma percepção mais abrangente de um mundo que conta com pouca acessibilidade. Isso é uma das formas de trabalhar a comunicação acessível, por isso hoje vamos te ensinar como você pode ajudar nesse processo e deixar as redes sociais da sua Unidade Escoteira Local mais acessível. 

Antes de mais nada, vale destacar que esse cuidado em incluir a todos vai de encontro com a posição da WOSM, você pode ter acesso ao documento por meio deste link.

A acessibilidade não envolve apenas as estruturas de sua sede. Existem outros tipos e uma delas é a comunicacional. Se você nunca ouviu falar nesses termos, acalme-se porque não será difícil de entender e, para grande parte das ações, nem precisará mexer no caixa da sua UEL

Antes de tudo, vamos entender o que é deficiência?

Vamos juntos olhar para a deficiência sob outro ângulo. Entenda a deficiência como um resultado de uma multiplicação entre a limitação funcional da pessoa e a quantidade de barreiras no ambiente (físico ou não). De forma prática:

DEFICIÊNCIA = LIMITAÇÃO x BARREIRA.

A limitação funcional de cada um vai de 0 a 10 e as barreiras podem ser infinitas.

Exemplo 1: 5 de limitação X 100 barreiras = 500 de deficiência

Exemplo 2: 5 de limitação X 0 barreiras = 0 de deficiência

Ou seja, essa fórmula deixa a deficiência para o ambiente e não para a pessoa.

E o que a comunicação tem a ver com isso?

Tudo! Tenho certeza que sua UEL já fez algum evento e divulgou por meio das redes sociais ou do WhatsApp. Será que todas as pessoas conseguiram ser atingidas por sua comunicação?

No Movimento Escoteiro temos pessoas com deficiência visual, auditiva, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), entre outras. Mas calma! Atingir toda essa diversidade com a comunicação acessível pode ser mais simples do que você imagina.

Vamos além, ao pensar em acessibilidade, também atraímos mais pessoas para o movimento, seja com ou sem deficiência. Dessa forma, podemos contribuir para formar mais cidadãos e vamos de encontro à Política Interamericana de Diversidade e Inclusão, aderida pelos Escoteiros do Brasil em 2016.

Como minha UEL pode ter uma comunicação acessível?

A tecnologia nos ajuda muito para isso, e é o que iremos ver a seguir:

Começando do início, na sua arte:

  • Utilize cores que dão contraste. Dessa forma, uma pessoa com daltonismo conseguirá identificar cada elemento.
  • Evite usar itálico e letras de difícil leitura. Essa dica ajuda pessoas com TDAH, por exemplo.

Separe as informações de forma clara e objetiva.

Na divulgação da arte ou de qualquer foto, descreva o que há na imagem, principalmente se as informações do evento constam nela. Geralmente, a pessoa cega usa o leitor de tela e se a descrição da imagem estiver em texto (como em legenda) a ferramenta faz a leitura. Ex.:

a imagem mostra um logo em tangram no formato de um olho, com a íris dividida nas cores verde, laranja, azul, vermelho e preto. Abaixo, os escritos "6° - seguido de uma palavra em Braille - Construindo um novo olhar. Boletim e fichas de atividade disponíveis. De 28 de agosto a 02 de outubro". Logo dos Escoteiros do Brasil São Paulo.

#DescreviPraVocê a imagem mostra um logo em tangram no formato de um olho, com a íris dividida nas cores verde, laranja, azul, vermelho e preto. Abaixo, os escritos "6° - seguido de uma palavra em Braille - Construindo um novo olhar. Boletim e fichas de atividade disponíveis. De 28 de agosto a 02 de outubro". Logo dos Escoteiros do Brasil São Paulo.

O que nos leva a um ponto importante: use maiúscula na inicial de cada palavra que componha a hashtag, como em nosso exemplo. Dessa forma, pessoas com TDAH – e até sem o Transtorno – conseguem identificar melhor o que está escrito.

Se o vídeo oferecer outros tipos de informações visuais, fale. E já que estamos falando de vídeo, sempre coloque legenda. Há ferramentas gratuitas que fazem a legendagem automática, como o aplicativo de celular Capcut, e você pode editar a legenda depois se necessário.

Caso tenha contato com jovens ou adultos que possuem deficiência auditiva, priorize a comunicação escrita ao invés do áudio.

Dicas para fazer a sua descrição e tornar a comunicação acessível:

  1. Comece do fundo para frente.
  2. De cima para baixo.
  3. Da esquerda para a direita.
  4. Em redes sociais, descreva o que achar importante. Assim como quem enxerga navega de forma rápida, pessoas cegas também possuem essa percepção.
  5. Use frases curtas.
  6. Não use gerúndio. Ex.: Usa vestuário escoteiro. O gerúndio dá ideia de movimento e a imagem é estática.

Não se preocupe se está certo ou errado, começar a trabalhar comunicação acessível já demonstra sua preocupação com a inclusão. Uma dica, caso queira saber mais sobre o assunto. O Escoteiros do Brasil disponibilizou um Módulo de Aperfeiçoamento de Introdução à Inclusão e Acessibilidade no Campo Escola Virtual (cursos > formação continuada > módulos de aperfeiçoamento > inclusão e acessibilidade).

Essas foram algumas das dicas para tornar a comunicação da sua UEL mais acessível. Não se esqueça que também existem outros tipos de inclusão, como a socioeconômica, como já falamos neste texto do Blog

Precisa de alguma ajuda? Caso precise de ajuda, entre em contato com a Equipe Regional de Inclusão por meio do e-mail: inclusao@escoteirossp.org.br ou allyne.pires@escoteirossp.org.br.

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